Publicação do padrão de resposta da prova de conhecimentos específicos

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                    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
MESTRADO | DINÂMICAS DO ESPAÇO HABITADO
PROCESSO SELETIVO MESTRADO – EDITAL Nº 51/2017

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS | ESPELHO DAS QUESTÕES

QUESTÃO 01
Tomando por referência as discussões apresentadas por Faria (2016) e Barbirato et al (2016)
acerca dos espaços livres urbanos e sua influência para a qualidade da vida nas cidades,
apresente os argumentos dos autores que evidenciam a contribuição dos espaços livres urbanos
às cidades contemporâneas.
Aspectos que devem/podem ser abordados pelos candidatos na resposta:
[1] Segundo Faria (2016) os espaços livres urbanos seriam “(...) terrenos não-edificados e nãoedificáveis que desempenham alguma função vital”. Os âmbitos em que os espaços livres seriam
apresentados como vitais seriam: “a reprodução da vida orgânica e, em seguida, para o
desenvolvimento e reprodução da vida social”.
[2] Segundo Barbirato et al (2016) os espaços livres urbanos “apresentam alto potencial para
favorecimento das condições de conforto térmico em espaços externos e internos da estrutura
urbana”.
[3] Ambos os artigos evidenciam a importância dos espaços livres para a manutenção da relação
equilibrada da vida urbana com a natureza – atuando como espaços de renovação dos recursos
naturais e regulação da qualidade térmica das cidades. Além disto, eles são apresentados como
fundamentais para a manutenção da vitalidade urbana através da reprodução da vida social,
que inclui aspectos relacionados à sua potencialidade de promover sociabilidade, ainda que esta
esteja cada vez mais sendo substituída por espaços enclausurados.
[4] Os autores apresentam também certas premissas para que a distribuição dos espaços
públicos efetive as suas potencialidades. São elas: a prevalência do modelo de cidade compacta
com espaços livres distribuídos de tal maneira que permitam a melhor utilização de estratégias
bioclimáticas adaptadas aos contextos específicos; utilização da quadra como elemento
urbanístico mínimo, a fim de estabelecer parâmetros de uso do solo que priorizem a existência
e manutenção de faixas de solo natural e áreas verdes; projetar redes de espaços públicos que
atuem de maneira integrada na regulação dos aspectos ambientais das cidades; estudo da
morfologia urbana contextual para a definição da forma e distribuição dos espaços livres
urbanos; afirmação dos sentidos comunitário e libertário que os espaços livres públicos
deveriam ter para potencializar a condição humana-social da vida urbana.

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QUESTÃO 2
No texto “Notas sobre as determinações dos espaços livres urbanos e a configuração da esfera
pública” (publicado no livro “Sistemas de espaços livres-Conceitos, conflitos e paisagens”, São
Paulo: Fau/Usp, 2011), o autor identifica, denomina e conceitua quais, para ele, seriam
precisamente as “instâncias” da esfera pública. Utilizando as instâncias identificadas,
denominadas e conceituadas no texto, comente a ‘imprescindibilidade’ dos espaços livres
urbanos de uso público e seu papel na reprodução da vida orgânica e da vida social, no decorrer
da história urbana.
Aspectos que podem/devem ser abordados pelos candidatos na resposta:
[1] Conceituar domínio ou patrimônio comum ou público (“base material sobre a qual ela se
funda e se desenvolve primeiro como comunidade e em seguida como ente político”); Espaço
ou arena pública (“campo da ação e do discurso propriamente políticos”); Espaço ou esfera
social (“organismos de reunião e representação das distintas com-unidades de interesse
(associações, sindicatos, partidos) que substituirão o indivíduo isolado pelo ator coletivo nas
ações políticas”); Estado (“aparato fiscal, administrativo, guerreiro” “tendo por substrato um
monopólio legitimado do poder social e por função a preservação da continuidade da
comunidade no tempo”.
[2] Discutir a imprescindibilidade atual dos espaços livres a partir do seu papel como reprodutor
da vida orgânica, como lugares de aprovisionamento dos elementos do meio natural que são
necessários à vida orgânica’ e como condição para a ‘dinâmica da reprodução social e para o
processo de socialização, isto é, para a ampliação da cooperação e das relações sociais e, ao fim
e ao cabo, para a emancipação do indivíduo na plenitude de suas potencialidades criadoras. Isto
implica em identificar o papel que os espaços livres urbanos — se não a sua totalidade, quais
deles — desempenham na reprodução social’, ou seja analisar como na história urbana os
espaços livres funcionaram ‘como formas materiais do mundo real geradas por modos sociais
de existência humana’. Comentar a substituição dos espaços livres urbanos de discurso face a
face ‘pelos modernos meios eletrônicos de comunicação e de informação cada vez mais
performantes e interativos’ e o surgimento do urbanismo insurgente e seus correlatos.

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QUESTÃO 3
No artigo“Espaços livres e morfologia urbana: discussões sobre influências na qualidade
climática e sustentabilidade urbana a partir de estudos em cidades no estado de Alagoas –
Brasil”, os autores abordam a relação entre homem, espaço e meio natural intermediada pelo
urbanismo bioclimático na busca da sustentabilidade urbana, com destaque para as questões
acerca da ocupação do solo. A partir das argumentações apresentadas pelos autores, responda:
Como a relação entre forma urbana e densidade populacional pode contribuir para o alcance da
sustentabilidade urbana?
Aspectos que devem ser abordados pelos candidatos na resposta:
[1] “A forma urbana desempenha importante papel para a aplicação de estratégias bioclimáticas
nos espaços urbanos. Isso porque a densidade populacional indica o grau de compacidade de
uma área urbana, e diferentes formas urbanas podem responder a um mesmo padrão de
densidade com diferentes configurações de espaços abertos e, consequentemente, distintas
condições microclimáticas”. (p. 51)
[2] “Uma mesma densidade urbana pode gerar diferentes tipologias espaciais na estrutura
urbana, causando consequências microclimáticas diversas. Da mesma forma, diferentes formas
urbanas podem responder a um mesmo padrão de densidade construtiva e populacional, com
diferentes configurações de espaços abertos, condições microclimáticas e distribuições de uso”.
[3] “A malha urbana dispersa gera problemas ambientais em face ao espalhamento da estrutura
urbana, eliminando coberturas vegetais nativas, aumentando demandas por consumo de
energia, exigindo intenso uso de veículos para transporte de mercadorias e pessoas
(aumentando a poluição do ar através da emissão de gases provenientes de combustíveis
fósseis), afetando, também, a elevação da impermeabilização do solo natural decorrente da
pavimentação excessiva (exercendo sérios danos ao ciclo hidrológico, causando enchentes,
impactando o clima urbano). Por isso, o modelo da cidade compacta tem sido defendido”. (p.
51)
[4] “A bioclimatologia aplicada ao projeto urbano poderá subsidiar soluções que permitam o
aumento do adensamento construtivo, considerando as implicações na estrutura urbana, para
que o aproveitamento do potencial dos recursos naturais de climatização não se torne
comprometido”. (p. 52)
[5] “A qualidade de vida e a sustentabilidade ambiental serão obtidas em cidades compactas
quando preservada a alta densidade de vegetação e garantida a eficiência dos sistemas
urbanos”. (p. 53)
[6] “Destaca-se o papel dos espaços livres públicos na otimização da qualidade climática,
evidenciando a necessidade de ajuste da morfologia urbana para potencializar o desempenho
dos mesmos”. (p. 53)

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Aspectos que podem ser abordados pelos candidatos na resposta:
[7] “A cidade bioclimática deve incorporar instrumentos de planejamento urbano capazes de
estimular o aproveitamento dos recursos naturais locais no nível do edifício e dos espaços
externos urbanos, favorecendo a qualidade ambiental urbana e o bem-estar humano”.
[8] “As investigações sobre a influência da densidade construtiva na qualidade climática urbana,
a partir da verificação dos graus de saturação do solo (cenários futuros), evidenciam a
necessidade de tratamento dos espaços livres urbanos, pois estes apresentam alto potencial
para favorecimento das condições de conforto térmico em espaços externos e internos da
estrutura urbana”. (p. 52)
[9] “É urgente a criação e revisão de políticas públicas de uso e ocupação do solo urbano para
desestimular o crescente espraiamento da malha urbana das cidades brasileiras – o que
corresponde a um dos principais desafios do planejamento urbano para implementação dos
princípios da sustentabilidade urbana, pois envolve diversos aspectos da complexidade da
gestão e do direito de propriedade urbana”. (p. 52)
[10] “O estímulo ao aumento da densidade construtiva a partir da ocupação de determinados
vazios urbanos pode eliminar algumas áreas de amenidades térmicas ou até mesmo estimular
ocupações inadequadas, comprometendo o aproveitamento da ventilação natural na malha
urbana”. (p. 52)